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Apometria com o Cristo - 2

 



A tendência para todo aquele que aceita trabalhar para a Doutrina Espírita é esperar êxito em todas as suas iniciativas. O prazer de servir e a boa intenção seriam os requisitos suficientes para se obter o resultado desejado.

Ora, sabemos que determinadas disfunções espirituais, sobretudo aquelas de origem anímica, necessitam de um longo tempo de recuperação, enquanto as causas daqueles acontecimentos não sejam reparadas e o reencarnante ou o espírito aprenda sobre o delito do passado.

Esta constatação deve servir preventivamente para o trabalhador apométrico prático.

Quando são submetidos os casos para o tratamento apométrico deve-se avaliar se as condições ideais para resolução daquela pendência estão devidamente equacionadas, caso contrário, será uma iniciativa sem êxito, apesar das melhores intenções dos trabalhadores.

Cada caso é um caso, como observa o ditado popular, e ele é absolutamente pertinente no trabalho apométrico.

Cada caso traz em si um emaranhado de fatos que devem ser estudados para que se proceda o devido diagnóstico e o posterior tratamento de acordo com a necessidade detectada.

Apesar do conhecimento apométrico representar um excelente ferramental para o cuidado de diversos casos, ele não esgota em si mesmo – e nunca foi esta a sua intenção – a chave para a solução de todos os problemas espirituais.

Quando se traz um caso para tratamento pelo método apométrico deve-se ter esta preocupação básica, ou seja, questionar-se se o caso realmente se presta para o tratamento apométrico.

Esta pergunta fundamental se dá para que a Apometria não seja encarada como uma panaceia responsável em curar todos os problemas espirituais, do mais básico ao mais complexo.

Estudar seriamente a Apometria é saber reconhecer suas possibilidades e limites, caso contrário, ela será distorcida de seus propósitos elementares.

O desconhecimento dessa máxima tem afastado muita gente que poderia utilizá-la nos seus trabalhos terapêuticos espirituais, mas que diante mão não a encara como uma disciplina séria.

A Apometria possui os seus limites, é verdade, mas o seu alcance é de grande valia para uma quantidade de casos que normalmente ficaria sem resposta na casa espírita.

Se as pessoas que fazem o Espiritismo, a exemplo de Allan Kardec, somente desferissem uma crítica qualquer após estudar detalhadamente o fenômeno dado, encontrariam na Apometria um excelente remédio para uma série de males daqueles que pedem socorro na casa espírita, ávidos de serem curados em suas mazelas espirituais e energéticas.

Estudar seriamente a Apometria requer dedicação constante e nunca acreditar que está suficientemente preparado para atender qualquer demanda que lhe chegue às mãos.

Somos favoráveis que a Apometria se junte a outros métodos que possam auxiliar o ser devedor e sofredor que procure o núcleo espírita, no intuito de socorrê-lo o mais eficientemente em suas dores físicas e espirituais.

Sendo mais um método de apoio de atendimento espiritual, é possível que a Apometria seja encarada com menos preconceito e seja disponibilizada para um número maior de pacientes.

Estejamos sempre conscientes que o Espiritismo não guarda todas as respostas da humanidade, mas nenhum delas será respondida sem que se evoque algum dos seus postulados fundamentais.

Estejamos conscientes também que o propósito maior daquele que se propõe a servir ao Cristo é colocar-se a postos para isso e não ignorar os recursos que sejam ofertados para a ajuda ao próximo.

O Cristo curou o cego com lama.

Fez “mortos” despertarem de seus leitos.

Curou à distância sob o efeito de seu magnetismo.

Afirmou inclusive que todos nós poderíamos repetir os seus atos, ou fazer bem mais. Então, exercitemos a nossa qualidade herdada de filhos de Deus.

Se tens fé – e não é necessária que ela seja gigante – asseverou, igualmente, que poderíamos produzir prodígios se acreditássemos nas nossas potencialidades espirituais. Façamos, então, este exercício.

Jesus a tudo vê e ampara àqueles que conclamam em seu nome. Acredite e ponha-se ao serviço redentor de ajudar o outro.

Há muitos que desejam a cura de seus corpos e almas e você, trabalhador do Cristo, pode e deve fazer aquilo que esteja a seu alcance.

Acreditemos que Jesus atenderá ao apelo feito por todo aquele que o fizer de bom coração.

Pai João de Angola

Texto recebido por Carlos Pereira em 29.09.2019.


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