sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uma reflexão sobre a idolatria aos médiuns

VOCÊS ME DESCULPEM!

Vocês me desculpem, mas precisamos nos esforçar para, em nosso Movimento, acabar com esta história de médium afetado, orador afetado e dirigente espírita afetado.

O assunto é tão sério que, tendo muita vontade de brincar – utilizando, por exemplo, em vez do termo “afetado”, o verbo “infestado” –, prometo que não vou.

Carecemos, urgentemente, de combater a idolatria, o incensamento, enfim, a adulação a certos companheiros, que, infelizmente, com ela se comprazem, e quanto!

Não façamos isto, porque estamos concorrendo para criar perigosas ilusões na cabeça de muita gente de valor, inclusive de jovens seareiros que despontam promissores, e que, sendo comuns, completamente perdidos começam a se achar...

Ora, o espírita é uma pessoa qualquer – pode não ser vulgar, e deve procurar não ser, mas é um ser humano, passível de cometer os mesmos equívocos que outros cometem, e até piores.

Infelizmente, o Movimento Espírita está se perdendo em meio a tanta pompa e circunstância...

É confete e serpentina em excesso, em carnaval que dura o ano inteiro!

Essa história de que fulano é médium, orador ou líder espírita, e, por isto, deva ser tratado com deferência, está passando das medidas – isto é coisa de quem chegou ao Espiritismo e não cresceu!

Parece até que médium espírita, por mais famoso, não come e não bebe, não assua o nariz e não vai ao banheiro.

Reconheço que, infelizmente – de novo! –, muitos médiuns fazem questão de sustentar este “oba, oba” em torno de si. Gostam de ser rodeados e bajulados, formando um séquito à sua volta – reminiscência do tempo em que, com certeza, foram barões ou duques, ou recalque por nunca terem possuído um título de nobreza!

Outra coisa: médium, seja ele qual for, não está em constante contato com os Espíritos Superiores. Sobre a Terra, o único médium espírita em tempo integral foi Chico Xavier! O resto, meus amigos, vê de vez em quando, escuta de vez em quando, sente de vez em quando – pelo menos, em relação aos Espíritos Superiores! Agora, no que tange àqueles que se encontram nos primeiros degraus de baixo da Escala, não, pois eles estão por aí na condição de comensais dos encarnados, se imiscuindo, e se promiscuindo, nos assuntos da vida cotidiana.

Vocês, companheiros de Ideal, necessitam de parar de formar seletas mesas nos Congressos e Simpósios que organizam... O Espiritismo surgiu para fazer alguma diferença, e não para fazer igual! Parem de ler currículos dos oradores convidados, e mesmo de ovacioná-los, como se fossem deuses do Olimpo!

Na revivescência do Evangelho, a Doutrina Espírita é mensageira de novos paradigmas para a Humanidade. Em vez de aplausos e deferências a esse ou àquele irmão que vem se destacando pelo seu trabalho em prol da Causa, oremos para que ele persevere e para que, sobretudo, não venha a ser mais uma vítima do melindre, da vaidade e do elogio.

Outra coisa: acabem com a chamada sala “Vip” nos Congressos... O que é isto?! As salas “Vips” dos cristãos primitivos eram as catacumbas e as arenas do martírio! Como é que, com tantas distorções, o Espiritismo conseguirá reviver o Cristianismo dos tempos apostólicos?!

Vocês me desculpem, mas muita gente está fazendo tudo errado!

Eu conheço um médium que, depois que foi chamado de “grande”, praticamente enlouqueceu...

Vocês conhecem aquela história da mulher que queria tomar passe com Chico Xavier? O Chico andava muito ocupado e, naquele exato momento, não pode atendê-la. Mais tarde, ela o procurou no Centro, o destratou na frente de todo mundo, perguntando o que ele achava que era... Eu sei que a mulher o “descascou”. E, depois, disse a ele assim: - “Agora, seu cachorro, eu vou sentar ali no banco e você vai me dar um passe...”

Sinceramente, eu acho que essas irmãs “possessas” andam fazendo falta ao Movimento – porque ninguém anda mais tendo coragem de chamar os médiuns, oradores e líderes espíritas de “poodle”, e colocá-los em seu devido lugar!

Vocês me desculpem a piada. Confesso que resisti quanto pude!

Um abraço.
INÁCIO FERREIRA

Uberaba – MG, 15 de novembro de 2011.
http://inacioferreira-baccelli.zip.net

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Jamais Desistir

Nenhum de nós se sentirá bem ante as faltas que poderia ter evitado. No entanto, nesses momentos malsucedidos, recorramos ao amor que merecemos para conosco.

A intolerância e a culpa, a tristeza e a vergonha, quando nos fazem sofrer são efeitos da nossa incapacidade de aplicar o autoamor, estabelecendo o clima da cobrança e da severidade que constituem dolorosas prisões emocionais.

O tempo presente, porém, chama-nos para a lucidez moral. Compete-nos o perdão incondicional ante os dissabores com nossas atitudes, a tolerância com nossas faltas e brandura para recomeçar.

Comecemos indagando se algo nos impede, definitivamente, de retomar a luta.

Depois oremos suplicando a extensão da misericórdia celeste. Muitos erros da caminhada servem para sentirmos o quanto ainda somos suscetíveis à queda e para reconhecermos, com mais exatidão, a extensão da nossa fragilidade.

Em seguida façamos um inventário de vitórias e esforços. Perceberemos o valor de continuar o bom combate sem tréguas.

Após esses passos, retomemos o trabalho honesto e o tempo se encarregará do restante.

Não existe ascensão espiritual  sem tropeços e enganos. Façamos o melhor que pudermos, mas, na hora infeliz e dilacerante do fracasso pensemos em Deus e adotemos como compromisso jamais desistir de lutar e buscar felicidade, trabalhando, dia após dia, pelo reerguimento e reparação em favor da nossa paz.

Lições para o Autoamor
Ermance Dufaux / Wanderley Oliveira

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

O Despertar da Consciência, por Hammed

Ó tu, que dormes, desperta e levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará”. (Efésios, 5:14.)



Encontramos em muitas passagens do Novo Testamento as expressões “despertar”, “acordar”, “levantar”, todas referindo à questão do “adormecimento” característico dos seres humanos. O processo da evolução se faz da inconsciência para a consciência, do estar para o ser, da razão para a intuição, do transitório para o permanente.
 
O eminente Léon Denis afirmou que o ser dorme no mineral, sonha no vegetal, move-se no animal, desperta no hominal e sublima-se no angelical. Esse pensamento filosófico, relacionado com evolução/eternidade, é de fundamental importância para a compreensão de nosso progresso espiritual.

 
As admoestações de Jesus Cristo, aos que não ouviam nem enxergavam, para que tivesse olhos de ver e ouvidos de ouvir, nada mais era do que a mensagem do despertamento para a Vida Maior.

 
Quando Paulo disse aos efésios “Ó tu, que dormes, desperta”, não estava apenas conclamando as criaturas ao erguimento do corpo físico, mas também ao da visão interior de todas as almas imortais, com vistas a expansão da consciência de cada uma delas.

 
Não podemos exigir que todos tenham a mesma visão, que todos tenham a mesma audição, porque entendemos a diversidade de compreensão humana.

 
Somos alma com traços de caráter ainda diminutos em relação à autoconsciência, porém destinadas a uma lucidez interior cada vez maior rumo aos mundos superiores espalhados pelo Universo.

 
Não nos esqueçamos, todavia, de que no homem se encontra o microcosmo que, em síntese, é o retrato do macrocosmo. Tudo está em tudo, e todas as partes unidas fazem o todo.

 
“Levanta-te de entre os mortos, que Cristo te iluminará”, quer dizer: não devemos voltar nossa atenção para modificar as coisas de fora, mas para acordar e aprimorar as coisas de dentro.

 
Saiamos, portanto, do estado de dormência, inconsciência e imobilidade espiritual em que transitamos e despertemos nossos potenciais internos. Quando despertarmos nossa consciência, transformaremos o mundo em nós e, então, perceberemos que não eram propriamente nossos conflitos que nos incomodavam, e sim a nossa maneira de vê-los.

 
Livro: Um Modo de Entender uma nova forma de viver.

Francisco do Espírito Santo Neto, ditado por Hammed.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Influência espiritual ou problema do espírito?

Pergunta - Como podemos entender a atitude de certas pessoas que confundem a influência energética, ou nem sequer a admitem, e atribuem a espíritos ou feitiços todo o mal-estar que as acomete?

Pai João de Aruanda - Geralmente essas são pessoas mais místicas, que tendem a buscar a culpa pelo que sentem em um evento externo - seja em um ato de magia que alguém fez contra ela - em ves de assumir a responsabilidade tanto por seus atos quando por suas derrotas, seus problemas e dificuldades. Essa atitude constitui uma forma de boicote incosciente a que a pessoa se entrega e, pouco a pouco, torna-se um hábito. A mente esferma ou viciada, ou, ainda, embriagada na ilusão de atribuir todo e qualquer infortúnio a um agente externo, a um mal espiritual, vive procurando culpados ou responsáveis, enquanto ela própria fica a maior parte do tempo se desculpando. Trata-se de indivídiuos com vasta problemática emocional e psíquica, que reclamam mais os cuidados de um bom psicólogo ou psiquiatra, capaz de induzí-los à reflexão sobre a gênese e a solução de suas dificuldades, e não de um médium ou espírito para pretensamente resolver suas queixas.

Do livro, Magos Negros
Pai João de Aruanda / Robson Pinheiro