quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Programação de Atividades no Gespe neste Fim de Ano

Amigas e amigos,

informamos abaixo como fica o funcionamento do GRUPO ESPÍRITA ESPERANÇA, durante este final de ano, devido às festividades de Natal e Réveillon. Confira:

- Sexta, dia 25 de dezembro - fechado

- Domingo, dia 27 de dezembro - Aberto a partir das 16h, para Terapia Fluídica 1, Terapia Espiritual 1 e Roda de Conversa.

- Sexta, dia 1º, e domingo, 4 de dezembro - fechado.

- Sexta, dia 8 de janeiro - retorno das atividades de Diagnóstico Moral e Espiritual e palestras, a partir das 19h.

A todos os nossos amigos, frequentadores e trabalhadores desejamos um Natal com muita luz e com a presença do Cristo em seus lares, bem como, um Feliz Ano Novo.

Gespe

 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

A Insegurança da Propriedade, por Camilo Chaves

Desde as mais remotas eras da evolução humana, percebemos as criaturas lutando para sobreviver às custas do amealhar recursos no campo da matéria. Quis Deus que assim fosse. Compelidos a lutar e vencer obstáculos, domando a natureza fértil e descobrindo-lhe os segredos e utilidades, estavam os homens ajustados à Lei de Progresso.

Porém, com o passar dos milênios, no que tange ao aprimoramento do campo racional das criaturas e no uso de seu livre-arbítrio, deixando predominar suas tendências e condicionamentos menos felizes, os homens vincularam o sentimento de segurança, bem estar e poder à acumulação de bens materiais. Durante muitos séculos, as ciências sócio-políticas introjetaram na mente humana a correlação entre o “ter” e o “ser feliz”. 

Percebemos, então, a reverência exagerada às posses e tronos efêmeros que incitaram nações a combates e conquistas, colocando a aquisição de riqueza e poder muito acima do respeito ao semelhante, do bem-estar dos irmãos que sofrem em penúria às portas dos palácios.

Após tantas existências nesse processo de inversão de valores, é natural que encontremos o homem hodierno portando em seu arcabouço mental o clichê da luta pelo ter, pelo poder, pelo destaque e pelo mando. 

Presenciamos em todos os tempos a reverência ao poderio econômico, social e político. Parece-nos, muitas vezes, quase que impossível fugir desse sistema. Mesmo dentro dos templos religiosos, percebemos a busca da riqueza, da suntuosidade, como forma de expressão do poder temporal. 

Nesse contexto, “chocamo-nos”, dentro da nossa imaturidade espiritual, com a mensagem sublime e singela de toda uma Vida que, iniciada no ambiente rústico e pobre de uma estrebaria, reflete, na simplicidade do “nada ter” no campo material, toda a sublimidade divina do destino “de ser” das criaturas. Destino este que mostra a sabedoria de Deus a qual, em algum momento da nossa história evolutiva, invertemos em nossa escala de valores. Encontramo-nos hoje em luta com todos estes condicionamentos sedimentados em nosso modo de pensar, interpretar e agir perante a vida.

Quando o Cristo trouxe o amor ao próximo como a si mesmo (1), o dar a túnica a quem pede o vestido (2), o andar a segunda milha a quem solicita o amparo na caminhada da primeira (3), vinha Ele propor uma revisão e mudança de códigos e valores.

Mesmo tendo conhecimento da perfeição que nos é reservada ao longo do nosso destino imortal, mesmo sabendo que o Cristo não tinha onde recostar a cabeça e ainda assim mudou a história da humanidade, resistimos, “involuntariamente”, em abrir mão do muito ter, do comandar e ordenar, para vivermos a simplicidade e singeleza da proposta do Cristo. Nenhum cargo Ele ocupou, nada quis possuir, nenhuma posição de destaque reivindicou para Si mesmo. Na vivência irrestrita da Lei de Amor, exemplificou-nos, mostrando o caminho a seguir. 

Cabe-nos agora sedimentar em nossos corações e mentes um novo modo de viver e agir. Que esta proposta crística penetre em nossa vida íntima e se expresse em todos os meios em que atuamos. Possamos perceber que as propriedades que temos buscado amealhar e ajuntar se convertem hoje, para nós, em fator de insegurança e instabilidade.

Tenhamos a lucidez de eleger valores espirituais como meta de vida e que nossas lutas e labores se constituam na aquisição dos tesouros do céu. 

Não tragamos para nossos templos de oração, fé e trabalho toda suntuosidade que temos dentro de nós, em detrimento da qualidade de atendimento e amparo humanos que damos ao nosso semelhante. É chegado o tempo de não repetirmos em nossa vivência espírita-cristã os mesmos comportamentos adotados nas existências anteriores, perante os princípios espirituais. Não podemos mais utilizar-nos dos “bens” cedidos por Deus como empréstimo para obrarmos em proveito e interesse próprios. Isto foi o que fizemos em nosso passado. Utilizamos o conhecimento das verdades espirituais para manipular as criaturas em prol de nossas demandas e pontos de vista particularistas.

Sendo a Doutrina dos Espíritos o advento da Verdade, é necessário que estas verdades, penetrando em nosso íntimo, façam luz perante os “desvios” e “atalhos” de nossas jornadas evolutivas e apontem o caminho seguro da simplicidade e pureza cristãs, que nos foram ofertados no clima do mais puro e acendrado amor.

Camilo Chaves

Livro Seara Bendita, capítulo 34
Médiuns: Maria José Soares e Wanderley Oliveira

Quem foi Camilo Chaves?
Nasceu em 28 de julho de 1884, no povoado de Campo Belo do Prata, hoje cidade de Campina Verde - MG.
Foi senador, deputado, parlamentar e diretor da Loteria de Minas.
Exerceu o cargo de presidente da União Espírita Mineira. Fez circular com regularidade o “Espírita Mineiro”, com orientação doutrinária segura. Elaborou novos Estatutos e ampliou os Departamentos da Sociedade, como do Conselho Federativo Estadual, obedecidas as normas constantes do “Pacto Áureo” da unificação.
Promoveu o Segundo Congresso Espírita Mineiro, quando da aprovação da “Declaração de Princípios Espíritas”.
Desencarnou em 03 de fevereiro de 1955.